por Patrícia Gebrim
Sua liberdade depende de quem?
Não estamos acostumados à liberdade. Fomos ensinados a buscar segurança. Segurança combina com espaços limitados, combina com grades, muros e defesas. Segurança combina com uma rota milimetricamente traçada e planejada. Com controles, senhas e previsão de resultados. Para nos sentirmos seguros utilizamos todo o arsenal de conhecimentos que conseguimos levantar a respeito de determinado assunto. Assim fomos estimulados a ser: racionais, lógicos e coerentes. Segurança definitivamente não combina com Amor, essa força poderosa que nos expõe em nossa mais plena vulnerabilidade.
Já a liberdade, combina com voos, com saltos no escuro e interrogações. Combina com improvisação, espontaneidade e entrega. Liberdade combina com ausência de certezas e a ousadia de arriscar. Combina com fechar os olhos e deixar o coração nos guiar. A liberdade requer uma imensa coragem, um espírito aventureiro e uma disposição para amar a vida como a vida é. Para sermos livres precisamos ser capazes de abraçar de bom grado o “não saber”. Precisamos sair desse lugar onde somos reféns da mente, de seus medos e condicionamentos.
Não é mesmo para qualquer um.
Quando estamos desconectados do coração, agir dessa maneira pode parecer loucura. E é. Para abrir mão de nossa forma limitada de ser, dessa coisa que chamamos “segurança”, é preciso que tenhamos nos conectado a outra fonte de direcionamento. Precisamos estar conectados à intuição, ao direcionamento que brota do nosso coração. A intuição é uma fonte de informação muito mais poderosa e confiável do que as informações que acumulamos em nossa mente. Mas acessar a intuição requer que tenhamos atingido certo nível de consciência, ou podemos mesmo acabar nos jogando de cabeça em uma piscina vazia.
Assim, viver no “modo segurança” pode parecer menos arriscado. Talvez até seja menos arriscado para o ego. Mas, acreditem, é devastador para a alma. Seria como optar por viver em uma gaiola, com a certeza de que nunca nos faltaria alimento, de que nunca nos perderíamos ou seríamos devorados. Mas o pássaro aprisionado não vive de acordo com sua natureza, que é voar. Nunca sente o vento acariciando a ponta de suas asas, nunca mergulha nas águas doces do riacho, nunca recebe a bênção do pôr-do-sol no alto da montanha.
Ouça. Não nascemos para viver em gaiolas. Nascemos com asas e nosso destino é alçar o mais belo dos voos. Nosso destino é nos libertarmos das amarras egoicas. É criar. É experienciar tudo que este mundo tem a nos ensinar. É sentir na pele a maravilhosa sensação de estarmos vivos.
Nosso destino é amar.
Saiba. Quem ama se torna instantaneamente livre.
Ninguém jamais poderá nos impedir de caminhar na direção da liberdade, se entregarmos ao nosso coração a chave de nossa vida.
Somos nós quem nos aprisiona.
Assim, somos nós, e apenas nós, quem nos podemos libertar.