“Meu marido me propôs um relacionamento aberto. Sou casada há mais de 11 anos, mas tive cinco separações curtas de durar no máximo 6 meses; faz um ano que voltamos. Ele me disse gostaria de fazer coisas diferentes. Eu fiquei meio incomodada, pois com essa ideia, ele teria outra mulher(s). Tenho medo dele me deixar e se apaixonar pela outra. Não sei o que fazer, já passou muita coisa pela minha cabeça.”
Resposta: Você vive um relacionamento de 11 anos que intercala ciclos de união e ciclos de separação. Talvez seja importante entender por que essas separações fizeram e fazem parte desse relacionamento, o que elas significam. Você não traz detalhes, mas… subentende-se que nos períodos de separação, cada um estava livre para viver suas experiências amorosas, não é? Nesse sentido, talvez a relação já se sustentava por ser, até certo ponto, “aberta”. Só que a abertura ficava restrita a períodos em que, formalmente, vocês estavam separados.
Nesses 11 anos sempre houve volta. Nem seu marido e nem você apaixonaram-se loucamente por outra pessoa a ponto de romper a relação. Talvez por acaso, talvez porque a relação de vocês tenha uma base relativamente sólida. Afinal, sobreviver a cinco separações sinaliza que existe nessa relação algo que nenhum dos dois quer perder.
Nesse sentido, a proposta de seu marido parece uma tentativa de “oficializar” algo que já existe há muito tempo. A diferença seria viver outros relacionamentos concomitantemente com a relação de casamento, e não apenas quando essa relação é interrompida.
Meu marido me propôs um relacionamento aberto. E agora?
É claro que você tem que avaliar a fundo se tem ou não estrutura para aceitar a proposta de seu marido. E para isso, essa proposta teria que ser mais detalhada numa conversa entre vocês dois. Como vocês lidariam com um eventual relacionamento paralelo? Contariam para o parceiro(a)? Ou viveriam o relacionamento de forma discreta sem envolver o outro? Trariam uma terceira pessoa para dentro da relação?
Enfim, relacionamentos abertos podem ter vários formatos e é importante combinar antes o que vale e o que não vale para não correr o risco de magoar profundamente o parceiro(a).
Com certeza pequenas mágoas sempre ocorrerão. Afinal, nossa sociedade não nos prepara para esse tipo de vínculo. Mas o que está sendo proposto é algo que pode doer menos do que uma separação definitiva. Seu marido já se posicionou claramente. Ele quer “fazer coisas diferentes”, como você diz.
Possível contraposta
Se você tiver uma contraproposta para fazer, tente se posicionar e esclarecer como sua proposta pode levar em conta necessidades suas e dele. Porque não vai adiantar dizer apenas: “não, não quero um relacionamento aberto”. Isso pode destruir a relação.
Agora é hora de negociar… E numa negociação saudável vale o que melhor pode conciliar necessidades. Não todas, é claro. Numa negociação sempre ambos têm que abrir mão de algo. Assim, avalie com cuidado e sensibilidade do que você é capaz de abrir mão, e do que não é. Certamente, várias ideias e sentimentos circularão pela sua cabeça, mas em algum momento a solução virá.
Atenção!
Esta resposta (texto) não substitui uma consulta ou acompanhamento de uma psicóloga e não se caracteriza como sendo um atendimento