‘O Monge e o Executivo’ x chefes controladores e autoritários 

O Monge e o Executivo’: será que as empresas ainda vão assumir a política de uma liderança motivadora e arejada como a apregoada neste best-seller? Ou isso vai ficar restrito às prateleiras de livros de autoajuda?

E-mail enviado por uma leitora:

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“Quem duvida que o livro de autoajuda “O Monge e o Executivo”, é um best-seller? Apesar disso, acho que muitas empresas ainda valorizam chefes controladores e autoritários, enfim… o chefe tóxico. Por que isso ainda acontece? Vocês acreditam que essa postura vai mudar?”

Individualidade e competitividade

Vivemos em um mundo em que se valoriza a individualidade e a competitividade, isso é inerente ao ser humano.

Veja, é muito mais fácil uma pessoa pensar somente em si mesma, do que desenvolver o altruísmo e a humildade, até por que ser humilde é visto como inadequado.

“Perdoar 70 X 7” é um conceito que a sociedade julga como ultrapassado, que vê como ser bobo e não como ser alguém que entende que a evolução é um processo, um passo-a-passo, que cada um tem o seu tempo e que avançar é sempre necessário.

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Creio firmemente que seríamos mais felizes se pensássemos na importância dos bons relacionamentos do que apenas em estar bem individualmente.

É mais do que provado que pessoas felizes produzem melhor e o líder que entendeu isso tem uma poderosa ferramenta em suas mãos.

Empatia precisa ser aprendida e praticada

A empatia, que tanto se tem falado nos últimos tempos em cursos e livros de autoajuda, na verdade, é algo que precisamos não apenas aprender, mas, praticar.

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Infelizmente é verdade, muitas empresas ainda têm uma visão simplória de que a gestão, a liderança, somente será efetiva se for “na base do grito”.

Um livro pode acabar sendo muito bonito, cheio de conceitos interessantes, mas que, se não praticado, é só um apanhado de palavras.

Muitos pacientes chegam ao meu consultório dilacerados por chefes medíocres e imaturos, com as características que você cita na sua pergunta.

Também são muitos os clientes em consultoria de carreira que acabam até mesmo acreditando que escolheram a profissão errada quando, no fundo, estão apenas trabalhando em empresas tóxicas.

Igualmente, tenho clientes que são líderes e que foram sufocados pelos seus próprios líderes – sendo, eles mesmos, bons chefes, lidando de forma adequada com os seus colaboradores, tentando filtrar o que é passado pela Diretoria para que chegue à equipe de forma menos impactante. Portanto, mesmo os líderes humanos podem ter histórico de maus tratos por quem deveria apoiá-los.

Portanto, o peso emocional disso é algo que as estatísticas do INSS podem nos contar, o quanto há afastamentos por doenças emocionais; arrisco dizer que boa parte é provocada por ambientes de trabalho insalubres.

Desenvolvimento e autoconhecimento são as armas

Há diferentes personalidades e claro que também podemos ver pessoas que buscam desenvolvimento e autoconhecimento para serem bons gestores, mas, esse investimento, tanto financeiro quanto de tempo e boa vontade, não são todos que enxergam como importante.

O processo de autoconhecimento pode ser doloroso e topar vivenciá-lo é para os fortes, que realmente entendem a mudança como algo positivo e que se preocupam com os que estão ao seu redor e com o impacto que causam nos demais.

O líder que entende que primeiro precisa se conhecer, compreendendo sua sombra e virtudes, certamente será alguém que continuará cometendo falhas, mas que as reconhecerá, assumirá, corrigirá, e contribuirá para um mundo organizacional mais saudável.

Também conheço clientes, pacientes, amigos, colegas, que são pessoas “do bem”, que estimulam o que há de melhor ao seu redor e as empresas que têm esse tipo de pessoa em seu quadro de colaboradores só tem a ganhar.

Afinal, competências técnicas são mais facilmente aprendidas, mas, “ser gente” é um pouco mais complicado.

E esse cenário vai mudar?

Eu creio que o seu comentário não é bem de longe um “achismo”, é uma realidade que, com o passar do tempo, talvez mais lentamente do que gostaríamos, vai ser mudada por pessoas que estiverem dispostas – e os que não estiverem acabarão ficando pelo caminho!

Sucesso!

Psicóloga Clínica, Especialista em Desenvolvimento Humano, RH, Carreira, Liderança, Executive & Life Coaching CRP: 06/74914 https://www.lucianevecchioconsultora.com.br