Sem autoconhecimento é impossível vencer esse problema que afeta nossa produtividade e nosso bem-estar
Falamos de autoconhecimento como se fosse algo muito simples de obter, como se não dependesse de tempo ou vontade de lidar com nossas vulnerabilidades. Mas a grande verdade é que, sem ele, nem as soluções simples nem as complexas acontecem para os variados desafios que enfrentamos. Quando falamos em bem-estar e performance, por sua vez, ele é bem necessário. Sobretudo para tratar de um tema sensível ligado a desempenho e felicidade como é a procrastinação.
Você é uma procrastinadora ou um procrastinador? Você sabe por que procrastina? Muito provavelmente não parou para avaliar as situações e comportamentos que favorecem esse hábito que te deixa em péssimo estado emocional e nas mais diversas enrascadas quando é preciso entregar prazos e resultados. O que não é um problema, desde que comece, agora, a investigar o que lhe acontece nesse sentido.
Pare, pegue um lápis ou uma caneta com um papel, ou o celular com um bloco de notas virtual, repare e anote: você adia decisões importantes sem necessidade? Se sim, você é uma procrastinadora ou um procrastinador. Sendo assim, quais as decisões que costuma adiar? Fica mais fácil lidar com a situação identificando padrões.
Eu, por exemplo, fazendo uma lista do que sempre fica para trás, percebi que tenho o péssimo hábito de adiar a minha contabilidade sem necessidade alguma. Sabendo disso, estabeleço metas e soluções para lidar com elas sem estresse. Afinal, as contas não esperam. Saber o porquê fazemos o que fazemos também ajuda. E então fui, também, atrás de uma razão para isso.
Razões comuns
A questão é que me sentia sobrecarregada com relação às responsabilidades que assumi nesta vida, então acabava realmente deixando de lado uma das mais importantes: lidar com o dinheiro. E a sobrecarga de atividades e responsabilidades é um dos motivos mais comuns para a procrastinação. Delegar e dividir em blocos as tarefas com a grana e outras foram soluções que encontrei para lidar com esse desafio.
Não avançar em uma atividade ou projeto porque não consegue encontrar uma maneira criativa de lidar com eles ou uma forma de começar, o famoso “bloqueio criativo”, também é um motivo que acomete as procrastinadoras e os procrastinadores de plantão. Uma saída para o problema é mudar de ares, envolver outras pessoas na situação, em vez de “decantar” a tarefa. A inspiração nem sempre é divina, ela deve ser buscada e exercitada para ser consistente e não sofrer “bloqueios”.
As distrações talvez estejam no topo da lista das motivações dos procrastinadores e procrastinadoras que leem esta coluna. Mais uma vez, “quebrar” a tarefa em blocos de execução pode ajudar a minimizar o problema, reservando àquilo que mais nos distrai os intervalos ou pausas estratégicos entre as atividades. Procure usar a distração como uma espécie de recompensa ao seu esforço em focar.
A falta de autoconfiança para avançar em uma tarefa ou projeto também é um entrave que nos faz adiar ou declinar de sua execução. É aí que uma ajuda profissional da psicologia pode ser útil, pois tal comportamento pode decorrer de uma falsa crença sobre nossas potencialidades. Também é possível exercitarmos nosso pensamento para que ele seja mais positivo em relação ao desempenho a ser entregue – em vez de enxergar a ocasião como uma grande possibilidade de expor suscetibilidades, procure olhar para o momento como uma oportunidade de aprender habilidades que talvez lhe faltem e mostrar sua evolução.
Ter horror à atividade ou projeto também é razão comum de procrastinação. Racionalizar é uma saída – por que odiamos fazer aquilo? É inevitável? Outro pode fazer? Respondendo estas perguntas ficará mais fácil lidar com a questão e avançar com ou eliminar a atividade em questão.
Lembre-se: seu cérebro sempre rejeitará aquilo que não lhe dá prazer. Se for impossível evitar, não deixe alternativas para sua mente – a atividade precisa ser feita e quanto antes se livrar dela mais cedo voltará à sua zona de conforto e bem-estar.