Por que não revelar seus planos?

Não compartilhe os seus planos e sonhos com todo o mundo. Isso pode interferir muito no percurso da sua vida e de suas conquistas. Você sabe por quê?

Porque quando compartilhamos algo com alguém, o outro pode não estar na mesma “vibração emocional e espiritual” que você. Como assim?

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Todos nós temos um lado positivo e um lado negativo, um lado bom e um lado ruim ou até um lado sombra e um lado luz. Cabe a nós alimentarmos o lado do bem e não deixarmos o mal tomar conta. Sermos luz e não deixarmos que a sombra domine.

Você já teve uma experiência na qual algum projeto seu – uma viagem ou até um relacionamento – estava prestes a acontecer e se concretizar e você contou a alguém ou a algumas pessoas antes mesmo de “bater o martelo” e acontecer? Quando parecia que o projeto estava 99% concluído, aí “tudo caiu por terra”, deu pra trás e você se decepcionou. Conhece essa cena?

É sobre isso que estou falando. É sobre você não entregar a sua luz para quem está na sombra. Porque quando você fala para uma “pessoa errada”, você entregou a sua energia para ela. Pois são raras as pessoas que verdadeiramente se alegram com o seu sucesso.

Já percebeu que as tragédias dão audiência?

Porque as pessoas sentem alívio por identificar que aquilo trágico vivido pelo outro não é com ela mesma. Triste, não é? Mas isto é a mente humana. Alegra-se e alivia-se pela tristeza alheia de forma, muitas vezes, inconsciente.

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A partir de agora, pergunte-se antes de contar algo: por que eu preciso contar? Qual é a minha necessidade de falar?
Responda isso, primeiramente, para você mesmo antes de compartilhar algo.

Isto me lembra a história da “carroça vazia”. É assim: quanto mais uma carroça está vazia, mais barulho ela faz. Assim são as pessoas vazias por dentro. São mais barulhentas. Portanto, muitas vezes, só conseguiremos ouvir e identificar o vazio quando pararmos de falar e aprendermos mais a ouvir.

Outra lição importante acerca de você se abrir ou falar demais é sobre as ostras. Você conhece?

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Na lua cheia, as ostras sempre se abrem. Quando acontece isso, os caranguejos jogam uma pedrinha nas ostras para que elas não consigam se fechar mais. Assim, eles se alimentarão delas em seguida.

Fica uma lição para você: para quem você vai se abrir? Para quem você vai entregar a sua energia e o seu “alimento interno”?

Por isso, assim como uma faísca pode causar um incêndio, o que proferimos ao fazermos mau uso da língua, pode causar danos a nós mesmos.

Para tudo há um tempo certo. Até mesmo de falarmos sobre os nossos sonhos e planos. Escolha bem com quem você vai se abrir e aprenda a falar menos e a ouvir mais com sabedoria.

Bom percurso para você.

Psicóloga Clínica Cognitivo-Comportamental; Mestre em Psicologia Clínica e da Saúde - UFP - Universidade Fernando Pessoa em Portugal. Defendeu a sua dissertação com excelência e nota máxima sobre: “A interferência das redes sociais nos relacionamentos”. Especialista em Psicologia da Saúde, Desenvolvimento e Hospitalização – UFRN; Especialista pela Faculdade de Medicina do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP – SP. Foi professora da Pós-graduação em Psicologia – Terapia Cognitivo-Comportamental (Unipê). Há 20 anos atendendo na clínica a adolescentes, adultos, casais e famílias. Membro da Federação Brasileira de Terapias Cognitivas - FBTC. Mantém o Blog próprio desde 2008. Mais informações: www.karinasimoes.com.br. Atendimentos com consultas presenciais ou online