Relações tóxicas: que amor é esse?

Ao falarmos em relações tóxicas, nem sempre entendemos que amor é esse e o que ocorre com as pessoas envolvidas.  

As relações de ‘amor’ podem ser vivenciadas de diferentes formas: romantizadas, muito sexualizadas com paixão ou até de modo patológico.

Nos relacionamentos saudáveis podem existir dinâmicas de paixão, alguma dose de ciúme e algum tipo de insegurança x dependência. Isso quando falamos de pessoas desejosas de carinho, aceitação e prazer e que tenham vivido alguma perda ou traição. Nesse sentido, essas pessoas estão reaprendendo a confiar em parcerias.

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Mas quando encontramos pessoas com traços de personalidade obsessivos, possessivos, impulsivos ou tendencialmente agressivos, corremos um risco muito maior de um modelo tóxico de relacionamento se manifestar frente à ocorrência de possíveis frustrações, que possam ocorrer no relacionamento.

Relações tóxicas: que amor é esse?

Quando falamos em relações tóxicas, nem sempre entendemos o que ocorre com as pessoas envolvidas nessas relações. Na maioria das vezes, são relacionamentos que vivem da ideia de afeto, até de romantismo, mas na verdade promovem desconforto, alimentam inseguranças, tensões e potencial agressividade, podendo ser consideradas violência psíquica ou moral

Parte dessas pessoas são excessivamente críticas com os outros e acabam gerando no seu par uma sensação de ansiedade e tensão. Assim, o seu par vive sempre no fio da navalha, sempre achando que corre o risco de ser inadequado. Com isso, vem um medo de exposição pública junto a essa pessoa, por medo de desvalorização. Isso gera quadros de insegurança, tensão e de possível aversão ao par ou à situação na qual está inserida. Os críticos não estão só na relações de amor. Isso pode acontecer em ambientes familiares, sociais ou profissionais.

Relações tóxicas: o passivo-agressivo

No entanto, algumas pessoas têm atitudes críticas e agressivas, porém nem sempre explícitas. Sim muitas vezes essa postura crítica e tóxica tem uma agressividade velada, não haverá uma ‘bronca’ ou uma crítica destrutiva, mas uma ironia, uma piada, um olhar com sorriso sarcástico ou um comentário jocoso em tom de brincadeira. Essas diversas formas de se comportar é o que chamamos de um comportamento passivo-agressivo. E este pode ocorrer também através do silêncio e indiferença.

Esse comportamento do passivo-agressivo costuma ser tóxico e pode gerar inúmeras inseguranças no par ou mesmo nas pessoas do seu círculo de convivência.

Imaginem o que é conviver com alguém que se cala frente suas perguntas ou colocações ou que sempre ri, ironiza, faz piadinhas ou é jocoso com relação a suas ideias, ao seu trabalho ou com relação ao seu jeito de vestir, dirigir, ou sua performance sexual?

Não é nada saudável e encontraremos sequelas e danos severos na autoestima e autoconfiança das pessoas que convivem com pessoas agressivas ou passivo-agressivas, ambas extremamente tóxicas.

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Autoestima e história de vida

Algumas pessoas passam pela vida sentindo-se incompetentes, pouco inteligentes, feias ou indesejáveis. Há um número grande de mulheres que não acredita em seu potencial sensual e sexual, pois sempre vivem a crítica ou a indiferença de suas parcerias. Assim, vários homens que não confiam em sua virilidade, ou com medo de perder a ereção, evitam situações sexuais. Essa insegurança sexual pode ser decorrência de experiências anteriores onde pode ter ocorrido críticas em relação ao seu pênis ou performance sexual.

Pessoas com atitudes tóxicas precisam de apoio psicoterapêutico

Pessoas com atitudes tóxicas necessitam buscar apoio psicoterapêutico para rever suas dificuldades emocionais, ressentimentos e inseguranças que geraram essas posturas. Essa mudança psicoemocional e comportamental é necessária para ajudá-las a compreender suas emoções de raiva, ressentimentos e inseguranças. Assim, ao minimizarem seus sofrimentos, param de gerar sofrimento no par. O apoio psicoterapêutico serve também para eliminar a toxidade nas relações interpessoais e profissionais.

Todos nós temos grandes chances de termos convivência com pessoas tóxicas em algum momento da vida. Se puder, tente sensibilizar essas pessoas a buscar ajuda, pois elas também sofrem. Além do mais, elas acabam desenvolvendo uma insegurança por sentirem que muitos se esquivarão de sua convivência. Nesse sentido, podem perder oportunidades profissionais, relacionamentos afetivos e sociais.  

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Psicóloga, Mestre em Educação; Educadora e Terapeuta sexual pela Sbrash, Coordenadora e docente dos cursos de Pós-graduação lato sensu em Educação sexual e em Terapia sexual do ISEXP/ Sbrash. Docente dos cursos de pós-graduação em Educação sexual e Terapia sexual da UNISAL e coordenadora do pós de Terapia Sexual da UNISAL.