Ao sentir-se excluída quando seu namorado está com os amigos, procure entender melhor como é o relacionamento dele com eles e veja se há uma brecha para você poder participar das conversas ou então procure se dedicar a outras atividades nesse momento

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“Namoro há 8 meses e ultimamente tenho passado um tempo na casa do meu namorado em outra cidade. E às vezes no final de semana, sempre tem amigos dele aqui. E eu me sinto excluída. E isso me incomoda muito. Parece que não sou a namorada dele. E me sinto muito mal, até penso em terminar. Não sei, me ajude.”

Resposta: É compreensível que você esteja passando por um momento em que se sente “uma estranha no ninho”. Morar na casa do namorado significa aceitar, num primeiro momento, as regras que essa casa impõe. Afinal, seu namorado cresceu nesse ambiente, fez amigos por aí, e, certamente, o fato de você estar morando com ele não o afastará dos relacionamentos já cultivados antes da sua chegada.

Você vai ter que absorver essa realidade e decidir como quer lidar com ela. Mesmo porque a passagem da vida de solteiro para a vida de “namorando” sempre gera algum conflito entre o casal; os amigos do namorado ou as amigas da namorada costumam provocar ciúmes e brigas até se chegar a um consenso e um equilíbrio.

Assim, para que você não tenha que radicalizar e terminar um relacionamento por impulso, o que pode trazer arrependimento, tente ter um pouco de paciência, entender a situação, e não entrar pressionando ou exigindo mudanças que não se concretizam do dia para a noite.

O que fazer ao se sentir excluída quando seu namorado estiver com os amigos?

Procure entender melhor como é o relacionamento dele com os amigos e veja se existe uma brecha para que você possa entrar e participar das conversas. Caso você perceba que na relação dele com os amigos não existe um lugar para você, por ser conversa “de meninos”, aceite e procure outras atividades para você, para quando os amigos dele estiverem por perto.

Caso pretenda ficar morando com ele por um longo tempo, seria bom tentar, você também, fazer novos vínculos por aí, arrumar amigas com quem você possa compartilhar uma parte do seu tempo.

Por outro lado, invista em seu relacionamento pessoal com ele quando estiverem a sós. De nada vai adiantar reclamar dos amigos, se você não conseguir vivenciar bons momentos junto dele. Faça com que sua companhia seja interessante, proponha atividades a dois, tente ser acolhedora quando necessário e compartilhar momentos de leveza e harmonia. Assim, ele terá bons motivos para, aos poucos, dedicar a você uma parte do tempo que ele sempre dividiu com os amigos de infância.

Reavalie seu namoro

Lembre-se que não é porque a pessoa está namorando que ela vai abandonar tudo para ficar ao lado da pessoa amada o tempo todo. As pessoas continuam sentindo necessidade de outros vínculos, principalmente os familiares e os de amizades antigas.

Assim, tente reavaliar seu namoro, veja o que ele está proporcionando a você, e veja se é suficiente ou não. Como foi dito, certamente, mesmo que você queira, ele não ficará grudado em você o tempo todo. E, muito provavelmente, você não vai encontrar alguém que fique. Assim, cabe a você colocar na balança o que ele proporciona a você, o que você proporciona a ele e concluir se a balança está em equilíbrio.

Afinal, ninguém namora para se sentir infeliz. Se você está se sentindo muito mal, como diz, tente conversar com ele, num momento de calma, e negociar quanto cada um vai ter que ceder para que a relação continue.

E não se esqueça que para um namoro evoluir bem, a parceria tem que ser revista de tempos em tempos e os eventuais conflitos trabalhados.

Provavelmente, morar na casa da família de seu namorado não é uma opção definitiva, mas a melhor que vocês têm no momento.

Se faz parte dos projetos a dois conseguirem, mais para frente, ter seu próprio espaço, ambos têm que se esforçar para serem parceiros. Ficar brigando por atenção e esquecer o propósito do namoro, só acabará por fragilizar o relacionamento e levá-lo ao fim. Assim, tente, no momento, entender essa fase pela qual você está passando como algo intermediário para um futuro melhor. Que dependerá de atitudes mais realistas e menos sonhadoras; da capacidade de se colocar no lugar do outro para entendê-lo; e, principalmente, dependerá da capacidade de cada um de vocês de entender que ninguém consegue chegar ao sucesso na vida a dois se não souber construir, cuidar e gostar da sua vida individual. Pense nisso.

Atenção!
Esta resposta (texto) não substitui uma consulta ou acompanhamento de uma psicóloga e não se caracteriza como sendo um atendimento

Anette Lewin

É psicóloga graduada pela PUC/SP. É psicoterapeuta de adultos e adolescentes em consultório particular desde 1975 até a presente data. É coach em saúde mental. Vya Estelar quer colocar você, querido leitor(a), ainda mais pertinho de nós. A psicóloga Anette Lewin responderá perguntas enviadas por você sobre relacionamento amoroso, conflitos na vida a dois e conjugal. Esta resposta possui dois formatos: 1º formato: responder as perguntas enviadas por você; 2º) formato: extrair uma palavra em específico de uma pergunta que você enviou (ex: traição). E partir desta palavra, revelar o significado do que sentimos ao nos relacionar. Seu nome e e-mail serão preservados.