Beba mais água para reduzir infecções na bexiga

Infecções na bexiga acometem mais as mulheres e os sintomas mais comuns são: dor e dificuldade para urinar, maior frequência de urinação e necessidade urgente para urinar, sangue na urina…

Infecções do trato urinário afetam cerca de 150 milhões de pessoas por ano no mundo, sendo a segunda doença bacteriana mais comum, só perdendo para pneumonias. Cistites podem ser agudas, recorrentes ou crônicas, com alta taxa de recidivas. Em casos graves, a infecção alcança os rins e a corrente sanguínea, podendo se tornar fatal. Essa infecção dolorosa afeta principalmente o sexo feminino, em todas as idades. Mais de 50% das mulheres experimentam pelo menos um episódio de cistite ao longo da vida, e entre 20 a 40% podem ter recidivas.

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Uma questão de anatomia

A localização da uretra feminina e o seu comprimento mais curto são citados como a causa principal de mulheres sofrerem com cistites até 30 vezes mais do que os homens. Pesquisas recentes sugerem que a expressão diferenciada de células imunes na bexiga feminina também pode contribuir para aumentar a ocorrência nas mulheres. O principal agente causador de cistites é a bactéria Escherichia coli (até 85% dos casos), que vive no intestino e se espalha para o trato urinário.

Sintomas

Os sintomas de cistite aguda comum (ou não complicada) incluem dor e dificuldade para urinar, urgência e maior frequência de urinação, desconforto na pelve, presença de sangue na urina, urina turva com cheiro forte, febre. Essas infecções costumam ser tratadas com antibióticos.

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Opções de tratamento

O uso generalizado de antibióticos durante o tratamento e a profilaxia de cistites resulta no surgimento de bactérias resistentes. Há muito interesse em terapias alternativas, procurando driblar a necessidade de antibióticos. Diversos ativos podem ajudar: probióticos específicos, reposição hormonal com estrogênio, zinco, D-manose, fitoterápicos como cranberry, chá de Java e chá verde, imunoestimulantes como própolis. Um hábito simples, como o aumento da ingestão de água, atua de forma auxiliar no combate às cistites.

Diluindo a urina

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Pesquisas mostram que a composição da urina influi no crescimento e metabolismo de bactérias patogênicas, como Escherichia coli. Na urina estão presentes aminoácidos e carboidratos suficientes para fornecer fontes abundantes de energia e nutrientes, provendo carbono, fósforo, enxofre e nitrogênio às bactérias. Com mais água passando pela bexiga, este caldo nutritivo fica diluído, prejudicando o desenvolvimento bacteriano e controlando o seu crescimento. Tomar mais água reduz a frequência de cistites, principalmente em mulheres com baixo consumo de fluidos.

Hidratação adequada

Beber um adicional de 1,5 litros de água diariamente pode reduzir as cistites de repetição em quase metade (48%), segundo um estudo realizado em mulheres saudáveis na pré-menopausa e com histórico de infecções recorrentes. Ou seja, se você consome 1,5 litros vai precisar aumentar para 3 litros diários. Nesta conta entram água, chá, café, mate e água de coco. O consumo de mais fluidos ajuda a reduzir o número de bactérias e dificulta a sua capacidade de se fixar à parede da bexiga.

Referências

*Antibiotics 2020. Phage Therapy as a Novel Strategy in the Treatment of Urinary Tract Infections Caused by E. Coli.

*Nature 2019. Population dynamics of an Escherichia coli lineage during recurrent urinary tract infection. 

*Clinical Microbiology Reviews 2020. Rapid Growth & Metabolism of Uropathogenic Escherichia coli in Relation to Urine Composition. *JAMA Internal Medicine 2018. Effect of Increased Daily Water Intake in Premenopausal Women With Recurrent Urinary Tract Infections.

Médica especializada em Nutrologia. Membro da ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia. Pós-graduada em Terapia Ortomolecular, Nutrição Celular e Longevidade – FACIS-IBEHE Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo e Centro de Ensino Superior de Homeopatia. Membro Titular da Sociedade Médica Brasileira de Intradermoterapia. Consultora com atuação em Nutrologia e Medicina Ortomolecular. CRM 52 301716 www.tamaramazaracki.med.br