Entenda por que o beijo não é um sinalizador definitivo da viabilidade sexual ou afetiva
E-mail enviado por uma leitora:
“Eu tenho 20 anos e deixei de ser virgem há pouco tempo, fiquei com poucas pessoas. Sempre me sinto insegura quando vou beijar alguém, pois até hoje só com um ficante, achei que o beijo encaixou bem… E agora para aumentar ainda mais minha insegurança, vi na internet uma matéria sobre os beijos no Big Brother, que levantava a questão de se beijar bem ou mal. Tenho medo de decepcionar meus ficantes, pois os encontros não prosseguem… Nem sei se tem a ver com essa questão do encaixe, do movimento das línguas… Existe isso de beijar bem ou mal? Como superar essa insegurança?”
Resposta: Vamos levar em conta a sua própria experiência para tentar refletir sobre a questão do beijo. “Até hoje só com um ficante achei que o beijo encaixou bem”, você diz. Deduzimos daí que, mesmo com pouca experiência, você percebeu que no beijo, o que funciona com um parceiro pode não funcionar com outro; que a “qualidade” do beijo não depende de um dos parceiros apenas; que os movimentos, os encaixes, os toques estão ligados a uma “conversa” intuitiva entre os envolvidos que pode funcionar ou não…
O beijo é o primeiro encontro físico mais íntimo entre duas pessoas que se sentem atraídas sexualmente. Mas nem por isso é o sinalizador definitivo da viabilidade sexual ou afetiva. Alguns o idolatram, outros nem tanto.
Assim, classificar uma pessoa apenas por seu beijo, é uma forma de selecionar parcerias sem o aprofundamento necessário para fazer uma boa escolha. Quem se interessar por você certamente terá que lhe dar a chance de demonstrar quem você é. E aquele que não volta depois de trocar um beijo, provavelmente não está dizendo que não gostou do beijo. É mais provável que esteja dizendo que não quer aprofundar relacionamentos amorosos ou sexuais; que quer beijar muita bocas para saber como é; que está apenas a fim de aproveitar o momento.
Não existe beijo certo
Se não existe o beijo certo, existem aspectos do beijo que não podem ser negligenciados. A higiene bucal é ao mais levado em conta. Certamente, poucas pessoas deixarão de se incomodar com um mau hálito, não é? Então, cuidar da boca, antes de se dispor a beijar alguém, é essencial para que o beijo agrade. Pode parecer óbvio para quem me lê, mas não é tão óbvio assim para quem pratica. Afinal, as pessoas não são capazes de sentir seu próprio hálito e, nesse sentido, precisam caprichar mais ainda na higiene. De verdade: o que mais afasta as pessoas depois do primeiro beijo é o hálito!
Levando-se em conta sua pergunta sobre beijar bem ou beijar mal, podemos compará-la a dançar bem ou mal uma dança de casal. O que é necessário para que essa dança flua? Que haja um entendimento intuitivo entre os parceiros. Em geral, um conduz e o outro acompanha; um propõe e o outro aceita ou tenta mudar de direção. Assim, os movimentos corporais podem ir se tornando mais diversificados ou seguir sempre uma mesma linha.
Então, com o beijo acontece a mesma coisa. Em geral, um propõe um movimento e o outro pode gostar ou não, pode aceitar ou não. É aí que mora a resposta: a linguagem corporal entre duas pessoas pode funcionar ou não. Mas, será que isso é essencial no relacionamento amoroso? Será que todo mundo, para ser aceito como parceiro amoroso tem que, necessariamente, ser um expert em beijos? Será que você aceitaria uma pessoa como seu par amoroso baseada apenas no fato de ela dançar bem ou mal? Pense nisso quando se perguntar como superar sua insegurança no beijo.
Entendimento sobre o beijo
O entendimento do beijo se faz na prática. A opinião do outro sobre esse assunto é apenas uma opinião. Tem quem goste de beijos mais ardentes, tem quem prefira beijos mais lânguidos, tem quem não goste muito de beijos. Mas a parceria amorosa saudável depende de muitos outros aspectos. É natural, nos dias atuais, beijar muitas pessoas numa balada e poder comparar os beijos.
Mas quando se fala de parceria amorosa, muitos outros aspectos são mais importantes. Assim, se alguém beijar você e não voltar, não se sinta insegura; se alguém, em algum programa de TV, se dispor a dar aulas sobre o beijo ideal, filtre! Ouça. Experimente se tiver vontade. Mas não leve como verdade absoluta.
A conquista amorosa não tem regras fechadas. Certamente, existirão bons parceiros amorosos que não são experts em beijos ou em jogos corporais, mas são muito bons em afeto, empatia, compreensão e generosidade. A escolha é sua.
Atenção!
Esta resposta (texto) não substitui uma consulta ou acompanhamento de uma psicóloga e não se caracteriza como sendo um atendimento.