Pandemia: “Às vezes, continuar, apenas continuar, é uma conquista sobre-humana” – Albert Camus em “A queda”. Saiba como ter força pra continuar.
Estamos todos cansados, quase um ano vivendo a tragédia da contaminação pela Covid-19, e a sensação é de que a pandemia está ainda muito distante de seu término.
O ano que agora começa, de novo não tem nada. Ao contrário: a tragédia que vivemos ano passado foi agora intensificada. Não apenas entre nós, mas no mundo todo, o número de casos, o número de internações e o número de mortes aumenta vertiginosamente.
Difícil sentir as novas vibrações do ano novo, difícil acreditar na transformação do velho, no movimento cíclico que marca um fim trazendo a esperança de um novo começo.
Como ter força para continuar
Continuar, apenas continuar! Um dia depois do outro! Ou “a cada dia basta o seu cuidado”. Neste momento talvez seja esta, a possível conquista sobre-humana. Continuar, no entanto, não é tarefa fácil para muitos de nós.
Um estudo publicado nos EUA, mostrou um aumento expressivo do número de suicídio entre adolescentes na cidade de Las Vegas. Uma das causas levantadas nesse estudo é a falta de contato entre os jovens, levando a depressões e ideações suicidas.
Escolas decidiram retomar as aulas de forma presencial na tentativa de acolher essas pessoas, diminuindo o distanciamento social. Paradoxal? Na tentativa de reduzir a contaminação pelo vírus e o consequente aumento de óbitos, acabou-se por criar um outro problema, também muito sério e preocupante. Claro, nada justifica o abandono das medidas protetivas, mas, como cuidar dos possíveis efeitos “colaterais”?
Prosseguir: por que para uns é fácil e para outros não
Em nossos desejos, um tanto quanto onipotentes, teimamos acreditar em um mundo racional, linear, onde a relação entre causa e efeito seja estabelecida de forma inequívoca, garantindo o resultado final de nossas ações. Só que a vida não é assim tão obvia. O que para muitos parece ser um terror inimaginável para outros é uma benção.
Explico: pessoas mais extrovertidas, as que não gostam de ficar quietas e sozinhas, tiveram muita dificuldade em passar pelo período de confinamento.
Já os introvertidos, ou os mais habituados a um certo isolamento passaram por tudo isso de forma muito mais tranquila. Mesmo entre os vários grupos, há os que se “reinventaram” e outros que ficaram apenas no lamento.
Melhor ou pior, certo ou errado neste caso, como sempre, depende tanto da disposição individual quanto da situação em si.
E, no entanto, continuamos tentando encontrar a melhor forma de seguir adiante. Até quando?