“Minha chefe me humilha na frente de clientes. O que devo fazer nessa hora?”
Aprenda como lidar com situações de assédio no ambiente de trabalho
Resposta: Por mais que algumas pessoas queiram dizer que não, apesar da sua pergunta ser curta, a palavra “humilhação” já caracteriza o assédio que você sofre no local de trabalho.
Infelizmente, isso ainda ocorre e não estamos falando apenas do assédio sexual, mas, do desrespeito que extrapola e pode ocorrer com qualquer pessoa.
Esse comportamento prejudica colaboradores e organizações e deve ser combatido severamente, pois, todo funcionário tem o direito de trabalhar em um local em que se sinta seguro em todos os aspectos.
O que é assédio moral?
Quando o colaborador é continuamente intimidado, humilhado, constrangido, manipulado ou ainda maltratado, é bastante provável que ele esteja sofrendo assédio.
O assédio moral ocorre por meio de ameaças verbais, palavras que humilham, provocações ou ações que estejam interferindo na saúde ou segurança. Ele também ocorre quando há receio de o colaborador participar de certas reuniões, ir a determinados setores ou estar em situações em que se sente marginalizado.
Se algum colaborador ou determinada área estiver apresentando alto número de absenteísmo, o RH precisa estar atento para compreender se um dos motivos pode ser o assédio sofrido pelos colaboradores, inclusive pelo líder por parte dos seus superiores (sim, líderes também sofrem assédio).
Pesquisas recentes mostram que pelo menos 70% das pessoas que sofrem assédio não denunciam por medo de perder o emprego e por acreditar que nada vai ser feito; o que mostra o tamanho desse problema e a necessidade de denunciarmos situações como essa.
Criar uma política antiassédio nas empresas serve para conscientizar e prevenir, unindo as áreas de RH, Jurídica e, principalmente ouvindo os colaboradores. É essencial manter um canal de denúncias que funcione, seja acolhedor e sigiloso.
Alguns exemplos de situações que caracterizam o assédio moral (inspirado na cartilha de orientação do TST):
• Tirar a autonomia do colaborador ou contestar, sequencialmente, as suas decisões;
• Sobrecarregar o colaborador com novas tarefas ou retirar o trabalho que habitualmente competia a ele executar, provocando a sensação de inutilidade e de incompetência;
• Gritar ou falar de forma desrespeitosa;
• Não levar em conta os problemas de saúde do colaborador;
• Criticar a vida particular do colaborador;
• Atribuir apelidos pejorativos;
• Impor condições e regras de trabalho personalizadas, diferentes das que são cobradas dos outros profissionais;
• Delegar tarefas impossíveis ou determinar prazos incompatíveis para finalização de um trabalho;
• Manipular informações, deixando de repassá-las com antecedência necessária para que o colaborador realize suas atividades;
• Vigilância excessiva;
• Limitar o número de vezes que o colaborador vai ao banheiro e monitorar o tempo que lá ele permanece;
• Instigar o controle de um colaborador por outro, fora do contexto da estrutura hierárquica, para gerar desconfiança e evitar a solidariedade entre pares.
Algumas consequências do assédio para o colaborador:
• Baixa autoestima: o colaborador pode começar a duvidar da sua capacidade;
• Desinteresse: o colaborador perde o interesse no trabalho e até mesmo na família, parceiro (a), lazer e atividades fora do ambiente corporativo;
• Depressão: o sofrimento pode promover o desencadeamento doenças como a depressão, estresse, pânico, ansiedade ou o Burnout;
• Perda de autoconfiança e da produtividade: o colaborador, desmotivado, deixa de produzir e performar como antes, acreditando, por vexes, que a culpa pela situação, é sua.
Como lidar com a situação:
• Demonstre, no momento em que acontece, repúdio ao fato – ou seja, logo após o fato ter ocorrido, exerça o seu direito de dizer ao assediador para que ele interrompa esse comportamento, mostrando sua insatisfação com a situação;
• Mantenha a calma – tenha ciência de que você é vítima e tem direito a se defender e correr atrás dos seus direitos, porém, se preserve para manter-se são em meio à situação, com a cabeça fria para buscar apoio;
• Compartilhe com pessoas de confiança – conte a situação para marido, esposa, líder religioso, amigos, ou seja, não sofra sozinho;
• Anote, para todas as situações em que ocorrer assédio, a data, o horário, o local, as testemunhas/outras pessoas presentes, o conteúdo e outros dados que julgar importante;
• Peça ajuda dos colegas de trabalho mais próximos que testemunham as situações ou que também sofrem com elas;
• Busque registrar tudo que acontece, salvando conversas, mensagens ou e-mails;
• Procure ajuda do RH da empresa e/ou do seu sindicato e de advogados especialistas no tema.
Não sofra, de maneira alguma, sozinha e não deixe de buscar ajuda, é seu direito e esse ciclo de assédio precisa ser interrompido!