Para desenvolver uma conversa nos apps de relacionamento, há uma primeira atitude a ser repensada… saiba
E-mail enviado por uma leitora:
“Nunca consigo criar nem vínculo virtual nos apps de relacionamento, pois não consigo sair de um ponto de partida básico, que é o de simplesmente trocar uma ideia. Isso mesmo trocar uma ideia. Os homens me descartam sem ao menos saberem quem sou. Onde está o problema? Será que alguma crença minha relacionada à rejeição atrai esses homens? Ou o problema estaria neles? Ou então em nós dois? Como saio disso?”
Resposta: Criar vínculos talvez não seja a primeira intenção de quem começa a se relacionar virtualmente. Sentir-se rejeitada pelo fato do papo não prosseguir, talvez acabe sim, criando em você uma atitude defensiva que pode transparecer em suas tentativas e assustar seus próximos interlocutores. Logo, imaginar que todas as pessoas queiram “ trocar ideias”, talvez seja uma projeção de uma necessidade sua.
Enfim, quais são as intenções de quem entra em um app de relacionamento? Conversar? Conhecer gente? Transar? Zoar? Sumir sem deixar rastros? Talvez tudo isso junto; talvez nada disso; talvez apenas ir construindo algo que nem nome tem.
Relacionamentos, virtuais ou não, são feitos aos poucos, “tijolo por tijolo num desenho lógico” como diz Chico Buarque. E quando o desenho perde a lógica, o muro pode desabar; quando a sequência da conversa perde o encanto um dos dois pode desistir. E muitas vezes a desistência pode estar numa vírgula mal colocada, num ponto final precipitado, num ponto de interrogação fora de hora. Isso pode acontecer com todos que se arriscam nas conquistas virtuais. Afinal, ninguém é obrigado a continuar um jogo só por que arriscou começar.
Primeira coisa a pensar ao desenvolver uma conversa num app
Assim, a primeira coisa a ser repensada, é se uma interrupção num papo virtual deve ser vista como uma rejeição ou simplesmente como uma escolha. Pelo que você escreve, quem desiste é sempre o outro. Será? Será que você não está desistindo antes de começar? Será que está pensando nas escolhas virtuais que faz? Será que é realmente um problema você não agradar a alguns? Ou será que, como você diz, quem não escolhe você é problemático? Bem, tudo isso não passa de conjecturas, vamos tentar enveredar pelo caminho da praticidade.
Como desenvolver uma conversa nos apps de relacionamento
Não existem fórmulas para dar sequência a um relacionamento virtual que agradou. Mas, certamente, quanto mais você tentar, mais aprenderá sobre o que atrai e o que repele. Tente olhar cada tentativa como um laboratório de aprendizagem. Evite conclusões precipitadas frente a um sumiço. Releia a conversa e tente encontrar onde ela derrapou. Sim, porque para bom observador a “falha trágica” se revela. E, se você olhar com cuidado, não só para as suas intenções, mas para o rumo que a conversa está tomando, poderá, em algum momento, antecipar a “tragédia” iminente e mudar o rumo para que o papo continue.
Tente avaliar também qual o teor da linguagem que está usando nos seus papos virtuais e veja se ela é adequada para um início de relacionamento. Dá para sentir uma certa sofisticação em seus argumentos; uma repetição enfática “trocar uma ideia; isso mesmo, trocar uma ideia”, que pode soar como autoritária.
Nada de errado nisso, desde que o interlocutor aprecie intelectualidade e firmeza de posição. Mas nem todos gostam. Muitos homens têm uma certa insegurança frente a mulheres mais determinadas. Assim, talvez, nos primeiros contatos, uma certa neutralidade de linguagem associada a um equilíbrio entre falar de si e perguntar sobre o outro pode ser mais adequado. Não, você não precisa deixar de ser você só para agradar alguém. Mas é importante escolher quais lados seus devem ser apresentados em cada etapa do relacionamento. Esse pequeno cuidado pode fazer uma grande diferença.
Desenvolver uma conversa nos apps de relacionamento depende de quê?
A continuidade do vínculo acaba sendo determinada pelas expectativas e fantasias alcançadas ou pela boa impressão e a empatia dos envolvidos. Além de muitas outras variáveis que podem, por si só, ajudar ou atrapalhar. Às vezes não é um bom dia para um, outras vezes alguma mensagem intrusa apareceu durante a conversa e desviou a atenção…
Enfim, muita coisa pode interferir em um papo para que ele continue ou seja interrompido. Assim, o que vale é a consciência de que no jogo amoroso, como em qualquer outro jogo, entra-se ora para ganhar, ora para perder; a consciência de que a conquista não depende só de um; a consciência de que sim, temos que abrir mão de algumas de nossas verdadeiras vontades para que haja espaço para alguém entrar em nossa vida.
O que vale é a vontade de aprender a se relacionar de forma saudável, que implica em muita resiliência para levantar dos tombos com dignidade e tentar de novo: corrigindo o que não funcionou, usando a criatividade e aprimorando a capacidade de entender as suas necessidades, as necessidade do outro e a viabilidade de cada novo jogo amoroso que se inicia.
Atenção!
Esta resposta (texto) não substitui uma consulta ou acompanhamento de uma psicóloga e não se caracteriza como sendo um atendimento.