Ficou mais difícil arrumar um namorado?

Entenda por que ficou mais difícil namorar e o que é preciso avaliar na hora de escolher um par amoroso    

Resposta: Após a constatação de que as redes sociais facilitam os encontros amorosos pela variedade de possibilidades, levanta-se a questão: escolher entre tantas possibilidades não acaba dificultando a continuidade do relacionamento? Sim, porque a ideia que fica na cabeça das pessoas é que: “se não der certo, sempre haverá outras possibilidades, dezenas, centenas, milhares delas; assim, não preciso me empenhar. Após a primeira discussão, a primeira briguinha por uma bobagem, o primeiro desconforto; é só deletar ou bloquear a pessoa e procurar outra. Afinal a escolha é ampla…”

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Bem, talvez as pessoas acabem se acostumando com esse modelo de relacionamento, mais rápido, mais “líquido”, mais descompromissado e esse passe a ser o “novo normal”. Mas enquanto o modelo antigo baseado no casamento para fins de formação de uma família  imperar na cabeça das pessoas, uma série de conflitos atrapalhará a possibilidade das pessoas se sentirem realizadas no campo amoroso.

Para fazer uma escolha baseada nas suas reais necessidades, é necessário autoconhecimento
   
Momentos de passagem, onde o velho e o novo têm de conviver, acabam exigindo um profundo autoconhecimento para que as escolhas se baseiem em necessidades reais, que variam de pessoa para pessoa. Padrões ajudam, mas, neste momento, vale mais a pena fugir deles do que se acomodar e se sentir um eterno insatisfeito no amor.
     
Assim, antes de mais nada, para escolher direito no meio de um mar de possibilidades a pessoa tem que ter uma ideia do tipo de relacionamento amoroso que pretende ter. Não existe mais certo ou errado. Algumas pessoas se sentem bem com relacionamentos líquidos, mais breves e mais superficiais; para outras, isso não preenche, muito pelo contrário, acaba trazendo uma sensação de solidão maior do que se estivesse, de fato, sozinha.

O ideal seria as pessoas encontrarem parceiros com metas amorosas parecidas, mas essa não é uma tarefa fácil. Principalmente porque nos encontros amorosos virtuais as pessoas mais se escondem do que se mostram. E, quando saem da virtualidade, muitas vezes a verdade acaba aparecendo e causando muita decepção. Assim, a palavra de ordem, para quem não se sente suprido por relacionamentos-relâmpago, é resiliência; é não desanimar com a primeira, a segunda ou a terceira decepção. Como foi dito, ainda há os que prezam e entendem o que é se relacionar amorosamente de forma mais profunda. No entanto, estes estão se tornando mais raros, mas procurando bem, é possível encontrar.

As relações líquidas não são um retrocesso

Por outro lado, talvez os relacionamentos líquidos não têm, necessariamente, que ser interpretados como um retrocesso emocional da humanidade, como muitos acham. Todo e qualquer relacionamento, independentemente do tempo que dure, tem lá seu encanto, desperta emoções, e ensina alguma coisa para os envolvidos. Independentemente do tempo que dure, todo relacionamento pode ser significativo e deixar marcas; todo relacionamento amoroso, como dizia o poeta, pode ser infinito… Enquanto durar. O que importa é a qualidade do relacionamento, a marca deixada, a paixão saboreada e, para alguns, o mistério do amor desvendado. O resto… é o resto.

É psicóloga graduada pela PUC/SP. É psicoterapeuta de adultos e adolescentes em consultório particular desde 1975 até a presente data. É coach em saúde mental. Vya Estelar quer colocar você, querido leitor(a), ainda mais pertinho de nós. A psicóloga Anette Lewin responderá perguntas enviadas por você sobre relacionamento amoroso, conflitos na vida a dois e conjugal. Esta resposta possui dois formatos: 1º formato: responder as perguntas enviadas por você; 2º) formato: extrair uma palavra em específico de uma pergunta que você enviou (ex: traição). E partir desta palavra, revelar o significado do que sentimos ao nos relacionar. Seu nome e e-mail serão preservados.

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