Faz sentido falar em comitês de ética nas Câmaras, nos Senados e nos hospitais?
Faz sentido o pensamento vigente de que nada se perde, nada se cria, tudo se transforma, sustentar um modelo de mundo que surgiu do nada? Faz sentido pensar que a transformação do nada se mostre como tudo que se observa? Faz sentido uma filosofia da negação, enquanto observo vidas buscando a autoafirmação?
Faz sentido falar em igualdade em um mundo onde a desigualdade é a marca registrada, manifesta em seres únicos e profundamente diferentes entre si? Faz sentido um entendimento do mundo baseado nos cinco sentidos?
Faz sentido que Sócrates bebesse a cicuta, mesmo com a chance de escapar de seus algozes com vida no corpo físico? Faz sentido alguém ser condenado à morte antecipada por ensinar jovens a pensar? Faz sentido sucumbir à loucura no momento exato em que se declara a morte de Deus?
Tudo passa
Faz sentido dizer que o tempo passa, quando o que se observa são as pessoas passarem?
Faz sentido falar em moral e ética em um mundo que a força, a esperteza e o oportunismo são aplaudidos nos bastidores? Faz sentido ser moral após ler Dom Quixote, conhecer Michkin no idiota de Dostoieviski ou mesmo ler “A última tentação de Cristo” do grego Nikos Kazantzakis? Faz sentido pensar em um viver moral depois de ler “O Príncipe” de Maquiavel, “A Arte da Guerra” de Sun Tzu ou ainda “O Anticristo” de Nietzsche?
Faz sentido falar em alma, moral e ética nesse tempo em que o animal ainda vive tão intensamente em nós? Faz sentido falar em comitês de ética nas Câmaras, nos Senados e nos hospitais? Faz sentido falar em moral quando especialistas convidados por diferentes empresas de comunicação expressam pontos de vistas opostos em relação a um mesmo aspecto técnico?
O sentido é a bússola do homem saudável. Ser saudável é uma escolha. Só não é possível esperar que uma vida sem sentido seja uma vida saudável!